segunda-feira, abril 11, 2005

DICAS DA SEMANA - ÔNIBUS 174

Assisti ao ÔNIBUS 174 nesse fim de semana. Não vou me ater ao lado sociológico do filme, nem no que ele representa em termos de produção de documentários para o cinema brasileiro e nem vou bater naquela velha tecla do CAOS que é a PM do RIO.

Primeiro porque se eu começar a desenvolver uma teoria sociológica sobre a violência no Rio e o que levou o Neguinho Sandro a sequestrar um ônibus com um TREZOITÃO, vou acabar despertando o GRANDE ARQUIMANDRITA que existe em cada um de nós e é bem capaz que não termine esse post tão cedo, sendo que amanhã o BICHO VAI PEGAR pro meu lado e oito horas da madrugada, fuso horário de Curitiba, devo estar bem acordado e do outro lado da cidade. Dessa forma não me estenderei.

E também tô sem saco para comentários hipócritas. As vezes eu até sou hipócrita e escrevo coisas hipócritas, mas nesse momento tô preguiçoso. Além do mais falar o que todo mundo fala É CHOVER NO MOLHADO. Se eu minto, veja esses trechos abaixo, de críticos profissionais:

- "É, sem dúvida, uma possibilidade de franca reflexão sobre nossa própria realidade."

- "Mostra a realidade da forma como ela se encontra nos "bolsões" da miséria: nua e crua."

- "Quer prova mais viva que a nossa formação social está escassa? Há milhares de "Sandros" por aí, mas é mais fácil fingir que não existem, até a hora em que o próximo ônibus 174, ou175, chegar."

Então, como tudo isso nós já ouvimos, vou me ABSTER desse papinho pra boi dormir. Deixo esse tipo de OBVIEDADE para os entendidos.

Em segundo lugar, não vou ficar falando mal da PM do Rio pois eu não moro no Rio. Simples. Qualquer coisa que eu falasse seria uma grande MERDA já que só quem tá lá sabe o que acontece, realmente. De verdade. Quer dizer, o próprio filme deixa bem claro o que acontece, mas então assista o filme e tire suas próprias conclusões. Ou SEQUESTRE seu próprio ônibus e sinta na própria pele se os os TIRAS da Guanabara estão preparados para conduzir a OCORRÊNCIA com HABILIDADE ou com AMADORISMO.

Antes de enveredar para essa última idéia, lembre-se que o GAROTINHO é o Secretário de Segurança do Estado.

Por fim, se eu começar a analisar o filme como um filme própriamente dito, com suas técnicas de fotografia, narrativa, desenvolvimento, roteiro, trilha sonora e tudo o mais que envolve a ARTE CINEMA, estarei MENTINDO ou ENROLANDO vocês. Ou os dois, o que é mais provável. Não entendo nada disso. OU quase nada. Para mim só existem dois tipos de filmes: Os que eu gosto e os que eu não gosto e ponto final.

Diante do exposto, deixarei de lado todo o DRAMA do documentário e recomendarei o BUSÃO por um motivo apenas: Esse neguinho com a cara ENCAPUZADA que COMANDA.

O filme é feito de imagens do episódio e de depoimentos de várias pessoas que conheceram o Criminoso/Vítima. Dentre eles tem esse neguinho. Os seus comentários são os melhores. Fazem o filme valer cada minuto:

- Pô, não sei se o Mancha entrou no ônibus seguindo alguém que saiu de um banco com um malote, mas se ele entrou lá para roubar o buzão, então já deu de VACIlÂO e MERECEU, porque nóis roba rico, só.

Ou ainda:

- Que que ele queria com um 38 na mão. Devia ter ido até o morro e COMPRADO uma GRANADA de mão que aqui é BEM BARATINHO. Daí descia pro Ashhhfalto e fazia o negócio profissional. Daí sim ia apavorar geral, quem é o louco que vai se meter com um neguinho com uma granda sem pino na mão?

E as melhores:

- Pena? Eu com pena de farrrrdado? Tu lembra daqueles moleque que jogaram ALCOOL numa velhinha e tacaram fogo? Tudo CRIA MINHA. Tu acha que eu tenho pena de alguém?

- Se o Mancha tivesse atirado e matado dois ou três polícia e ainda conseguisse sair vivo, ele ia chegar aqui no morro APLAUDIDO, eu mesmo ia aplaudir ele de pé.

Descrevi os comentários do jeito que eu lembro. Na verdade não são bem com essas palavras. É muito melhor. Destaque para o CARIOQUEISHHH do morro que, por escrito, é quase impossível de expressar, ao menos para mim.

Mas olha só. O filme é muito bom. Não só pelo ENCAPUZADO. Eu que não quis, como falei antes, entrar nos detalhes técnicos e sociológicos. Por isso me abstive de analisar o teor de denúncia e reflexão que o filme tenta (e CONSEGUE) passar.

De qualquer forma, só por esse camarada do capuz já vale a pena.

Dar de VACIlÂO é não assistir a película. Clica no título e vai.

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