sexta-feira, abril 29, 2005

NADA

Acordei e fui tocar a vida. Essas coisas rotineiras. Fazer o que? O mundo é assim mesmo, então vai levando. Sem muito choro que é pra não acordar os vizinhos, sabe? E nem se importe muito com o preço que se paga. O PREÇO é o ÔNUS.

Sempre é assim, ou assado. Nunca dá para saber direito pois muda toda hora. E muda mesmo, não pense que eu te engano. Tem até gente que diz que vai, mas não vai. O famoso drible da vaca. Rivelino era bom nisso. Tinha o Cafuringa também, mas esse eu não conheço. Tu vai, mas na hora certa volta, entendeu? Vai, quando tu ver que foi, volta. Te certifica que foi mesmo, senão tu perde a bola. E o contra-ataque tu sabe né? Risco de gol.

Falei em voltar e lembrei. Lembrei que vou voltar ao assunto. Mesmo que não haja um assunto. Voltar é sempre importante. A volta. Que cousa bela. Que cousa louca.

Lembrei da causídica. Isso mesmo, tava lendo ali e me veio em mente que toda causídica merece uma causa, sem excessão.Adote essa causa: Causas para causídicos JÁ. Mas depende do PRISMA. Ouça a tua voz interior e reflita. Não muito.

Isso sim é liberdade. Liberdade, liberdade, seu povo clama. Dona Lili. É verdade. Posso escrever o que eu quiser aqui. Sempre acompanhado por um fundo musical, sempre.

O processo é lento e no momento deixa eu caminhar contra o vento. Que beleza até plágio pode.

Se bem que as vezes me atormenta. Mas é bom. É ruim, mas é bom. É bom, mas nem tanto. Ou não. Tudo depende da hermenêutica aplicada ou do PRISMA. Ih, já falei do PRISMA. É lógico, que cabeça a minha. O que foi mesmo que eu vim postar aqui?

Nada

NA VALA RECOMENDA

Vou acabar desistindo de escrever. Quando penso que tô evoluindo, me deparo com essa guria e percebo que ainda tenho chão pela frente. Mas vale de estímulo. Linkei ali do lado, é o Bife Sujo.

quarta-feira, abril 27, 2005

NADA É TÃO RUIM QUE NÃO POSSA PIORAR

Essa é a MÁXIMA para quem se aventura pelos SOMBRIOS corredores de uma repartição pública.

Com frequência preciso abandonar o CONFORTO do escritório para BATALHAR, com muito suor e sacrifício, pela prestação de algum serviço que esses órgãos públicos deveriam fornecer por OBRIGAÇÃO.

Mas nem vou ficar me atendo nessa UTOPIA do que deveria ser o bom funcionamento do quadro funcional ESTATAL. É chover no molhado. O que eu quero mesmo registrar, apesar de ser óbvio, é engraçado e irritante.

Tu, cidadão, católico, defensor da moral e dos bons costumes e, sobretudo, CONTRIBUINTE, precisa resolver algum problema referente a algum órgão. Algo que, sob uma primeira análise, é simples e rápido.

Tu chega lá naquele prédio imenso e vai passando pelos diversos funcionários ESPECIALISTAS, cada um em sua função: Um só grampeia, outro só carimba, outro só organiza a fila, o outro lá só confere documentos e por aí vai. Tu vai passando por cada um, como se fosse um VIDEO GAME, fase a fase, até chegar ao especialista no que tu PRECISA:

- Faltou uma assinatura aqui nessa folha e essas outras aqui não estão aparecendo no nosso sistema que tá fora do ar, tu volta amanhã com a folha assinada e as outras ali vistadas pelo SECAT.

Tu já passou umas 4 horas por lá, não vai desistir tão fácil. Consegue convencer o representante do Estado de que a assinatura não é necessária. Mas vai ter que passar lá no SECAT para vistar aquelas outras folhas.

Chegando no SECAT, tu descobre que eles não tem AUTONOMIA suficiente para vistar folhas. Só carimbar. Te encaminham ao SEPCAJ, esses sim podem resolver teu contratempo. O pessoal do SEPCAJ até acha que pode vistar, mas não sem antes a REVISÃO dos cálculos das folhas pelo SETPRO.

O SETPRO não concorda que é ele o RESPONSÁVEL para a REVISÃO e devolve o processo para o SEPCAJ. Os dois setores travam uma pequena batalha para ver quem é o PAI da criança. Mas daí já são 3 horas da tarde e o expediente acaba.

- Volta amanhã.

Amanhã tu volta, pois tu é CONTRIBUINTE e quer CONTRIBUIR.

Fica decidido que não é o SEPCAJ nem o SETPRO, é o SECAT mesmo que tem que revisar e vistar. Aquele primeiro, lembra?

Humildade é tudo nessas horas e lá vai tu novamente.

Chegando no setor, o encarregado não sabe muito bem o que tem que fazer e chama o sub-chefe. Esse por sua vez nunca se deparou com uma situação dessas, ao menos nunca viu em REGULAMENTO algum.

- Melhor chamar o Chefe-substituto.

SEMPRE HAVERÁ UMA OUTRA CHEFIA.

E o caso vai passando de mão em mão até chegar ao Coordenador-geral que DECIDE que precisa de alguns dias para DECIDIR algo.

Em resumo, depois de muita fé, paciência e bondade no coração tu consegue o que quer. Mas alguns ASPONE vão ficar pilhando a chefia para não liberar os vistos porque a culpa é toda tua, CONTRIBUINTE, por ter demorado tanto para levar os documentos lá.

Em suma, o negócio funciona assim:

Hora de decidir: Ninguém decide.

Hora de achar algum problema ou pilhar contra: Todos dão seu palpite.

E, como diz o título, as coisas pioram, meu amigo. CERTAMENTE a sina se repetirá. Mais dias, menos dias tu tá lá NOVAMENTE.

segunda-feira, abril 25, 2005

PORTAS ABERTAS

Ser irmão da noiva é o melhor dos PEQUENOS PODERES.

Pude comprovar isso sábado. Diria que é o equivalente àqueles cargos do segundo escalão do governo, em que não se aparece, mas que se detém GRANDE influência nos BASTIDORES dos acontecimentos. E é isso o que importa.

DELÍCIA poder escolher a melhor mesa para ficar com os amigos e quando o garçon ARGUMENTAR que o whisky acabou, dar um CARTEIRAÇO na cozinha e verificar que ainda há alguns litros reservados para a DIRETORIA.

O melhor de tudo é não aparecer, não se estressar. Basta ENTOAR as 3 palavras mágicas:

- Irmão da noiva.

Pronto. As portas se abrem. Que maravilha. Maior poder de BARGANHA só se tu for o NOIVO, mas para isso tu vai ter que CASAR, o que torna o CUSTO/BENEFÍCIO um tanto quanto PREJUDICADO.

Não sou dado a utilização desses métodos de OBTENÇÃO de vantagem, mas aguardarei ANSIOSO que meu irmão saia da PUBERDADE e arranje uma noiva para dividir a escova de dente.

Com mais EXPERIÊNCIA, desempenharei com maior propriedade a ÁRDUA função de IRMÃO DO NOIVO.

sábado, abril 23, 2005

MATRIMÔNIO

Casamento da irmã. Sou padrinho. Não postarei nada, vou ali me concentrar para o EVENTO.

terça-feira, abril 19, 2005

BLASFÊMIAS

João Paulo II assumiu o PONTIFICADO em 1978, eu nasci em 1979. Passo, portanto, pela minha primeira experiência no CATÓLICO MUNDO DA SUCESSÃO PAPAL. Desconhecia a complexidade que envolve essa transição.

Em verdade vos digo que, PROVAVELMENTE, 99% dos terráqueos, incluindo aí os mais FERVOROSOS cristãos, também não possuiam exata noção disso tudo.

Porém, depois de todo esse ESPETÁCULO CIRCENSE armado pelas emissoras de TV, todo mudo virou ESPECIALISTA no assunto. Tu tá lá na fila da padaria, esperando a próxima rodada de cacetinho sair quentinha do forno e a moça do caixa PONDERA com o senhor que tá pagando:

- O CONCLAVE tá reunido, agora é questão de tempo para um novo PAPA, heim.

- Não, minha senhora, acho que não será tão simples assim. O corpo de cardeais está bem dividido. Parece que aquele ALEMÃO tem uma boa aceitação entre os mais ortodoxos, o NIGERIANO também não está atrás, prega uma Igreja mais liberal para COMPETIR com essa onda de igrejas de crentes que vem aparecendo por aí. E não podemos esquecer daquele ITALIANO que tem uma grande influência política em Roma.

- Pois é, pode até ser, mas a prima da minha vizinha tem um sobrinho que é COROINHA na paróquia de Bocaiuva do Sul e diz que fontes muito QUENTES de dentro do Vaticano afirmam que o BRASILEIRO tá correndo por fora e pode surpreender na RETA FINAL.


O mais incrível de tudo isso é a NECESSIDADE da MASSA em vibrar e torcer por alguma coisa. Não importa com o que. O cara entrou na igreja só quando foi batizado, mas CHOROU horrores com a morte do J.P e VIBROU como se fosse final de Copa do Mundo , hoje à tarde, quando viu aquela FUMACINHA BRANCA saindo da chaminé da Capela Sistina anunciando o novo LÍDER ESPIRÍTUAL.

Em episódios como esse as pessoas entram em TRANSE. Parece que a mudança de Papa é o acontecimento mais importante na vida de todos, vai mudar a ordem das coisas. O FIEL tá lá em Roma, faça chuva ou faça sol, passando fome por que não quer tirar o pé dali até a hora do VEREDICTO. Ele tem que TESTEMUNHAR, vai ficar por lá até a fumacinha branca emanar da torre. Só então ele poderá ir para casa com o DEVER CRISTÃO plenamente realizado.

Não duvido nada que a fumaça branca que sai da chaminé seja de um CHURRAS BEM TRABALHADO que os padres ASSAM pra comemorar a PROMOÇÃO do novo PATRÃO. Até imagino: Depois de um exaustivo dia de VOTAÇÃO, um CD de cantos gregorianos (sempre ele) bomba nos auto-falantes da Capela, enquanto os cardeias mandam ver no vinho tinto e o GAÚCHO Dom Cláudio Hummes ESPETA mais uma peça de MAMINHA para saciar a santa fome do ALTO CLÉRO.

E o CRISTÃO na praça, se alimentando de pipoca e rezando seu TERÇO BIZANTINO, mas feliz porque agora sim o MUNDO vai ser MELHOR.

quinta-feira, abril 14, 2005

FANTÁSTICAS EXPERIÊNCIAS DA CASERNA - NOTAS INTRODUTÓRIAS

Um dos motivos de ter criado o NA VALA foi escrever sobre o ano em que estive no quartel. Sim, fui MILICO! Falo isso, pois AQUELA foi uma fase de EMOÇÕES. Foram tantas, já dizia o REI ROBERTO.

Perdi a conta das vezes em que me FLAGREI rindo sózinho sem motivo APARENTE. Seja numa sala de aula, numa reunião de trabalho e até COPULANDO, acredite. Tudo isso, devido à involuntárias lembranças de episódios bizarros (e ao mesmo tempo cômicos) ocorridos no estranho ano de 1998, calendário cristão.

Houve outras tantas vezes também, em que acordei no meio da MADRUGADA com uma dor no lado esquerdo do peito, dentro do coração (assim falava a canção), deixando escapar uma lágrima SOLITÁRIA no canto do olho. Tudo por conta de um momento NOSTÁLGICO. Sou EMOTIVO para esse tipo de COUSA, sabe? Mas não revele isso para ninguém, viu? Me PRESERVE. Não pega muito bem um homem chorando com SAUDADES de um BANDO DE BARBADOS.

Qualquer um que já SERVIU sabe do que falo. Esse NOBRE sentimento não é exclusividade minha.

E hoje eu levantei da cama pensando nisso. O dia inteiro com FILMEZINHOS da época passando pela cabeça. Resolvi, então, que é meu DEVER para com a PÁTRIA, compartilar as GROSSITUDES vividas naquele ano.

Organizarei e escrevei, em capítulos, as FANTÁSTICAS EXPERIÊNCIAS DA CASERNA, assim que superar essa CRISE de inspiração que me assola desde terça-feira, quando tive a INFELIZ idéia de assistir à um capítulo dessa AMÉRICA para ver como era. Queria saber quem era a TAL da Cléo, filha da Glória, que tantos PROPAGAVAM se tratar de uma GATA QUENTE. Não achei.

Por sinal, bem MEIO MÉDIO LIGEIRO esse folhetim DAZOITO, heim? Suspeito que a rapaziada GLOBAL tá querendo ENGRUPIR os paraíba com essa noveleta. Pô, só para constar um exemplo do AMADORISMO PLATINADO, aqueles CHICANOS falando em BOM português e, como se não bastasse, com SONORO sotaque CARIOCA são o fim do que há de BOM SENSO nesse mundo.

Mas isso já é assunto para outro momento.

terça-feira, abril 12, 2005

ELE VAI MATAR GERAL

Ainda em relação ao Ônibus 174, ontem eu tava com preguiça de formar uma OPINIÃO sobre a situação da violência urbana. Hoje eu CONTINUO. Por isso eu vou passar a bola pra TESTEMUNHA OCULAR, Emiví:

"É muito fácil vir aqui me criticar
A sociedade me criou agora manda me matar
Me condenar e morrer na prisão
Virar noticia de televisão
(....)
A sociedade fechou as portas para um cidadão
Que ficou revoltado com uma opção
E essa opção morava ao lado
Entrou pra vida do crime querendo ser respeitado
Ficou de frente na favela controlando tudo
O seu negócio era o presente não ligava pro futuro
Todo mundo tremia quando ele passava
A fofoqueira da favela perguntava
Quem é o cara? Quem é o cara?
Um Crioulo Revoltado Com Uma Arma!
"

A chapa é QUENTE, o ritmo é FRENÉTICO, o caô é SINIASHHHHTRO e o bagulho é NÒISSSSHH!

Mas esse é só um ponto de vista. Um bom ponto de vista, mas apenas um PONTO DE VISTA.

segunda-feira, abril 11, 2005

DICAS DA SEMANA - ÔNIBUS 174

Assisti ao ÔNIBUS 174 nesse fim de semana. Não vou me ater ao lado sociológico do filme, nem no que ele representa em termos de produção de documentários para o cinema brasileiro e nem vou bater naquela velha tecla do CAOS que é a PM do RIO.

Primeiro porque se eu começar a desenvolver uma teoria sociológica sobre a violência no Rio e o que levou o Neguinho Sandro a sequestrar um ônibus com um TREZOITÃO, vou acabar despertando o GRANDE ARQUIMANDRITA que existe em cada um de nós e é bem capaz que não termine esse post tão cedo, sendo que amanhã o BICHO VAI PEGAR pro meu lado e oito horas da madrugada, fuso horário de Curitiba, devo estar bem acordado e do outro lado da cidade. Dessa forma não me estenderei.

E também tô sem saco para comentários hipócritas. As vezes eu até sou hipócrita e escrevo coisas hipócritas, mas nesse momento tô preguiçoso. Além do mais falar o que todo mundo fala É CHOVER NO MOLHADO. Se eu minto, veja esses trechos abaixo, de críticos profissionais:

- "É, sem dúvida, uma possibilidade de franca reflexão sobre nossa própria realidade."

- "Mostra a realidade da forma como ela se encontra nos "bolsões" da miséria: nua e crua."

- "Quer prova mais viva que a nossa formação social está escassa? Há milhares de "Sandros" por aí, mas é mais fácil fingir que não existem, até a hora em que o próximo ônibus 174, ou175, chegar."

Então, como tudo isso nós já ouvimos, vou me ABSTER desse papinho pra boi dormir. Deixo esse tipo de OBVIEDADE para os entendidos.

Em segundo lugar, não vou ficar falando mal da PM do Rio pois eu não moro no Rio. Simples. Qualquer coisa que eu falasse seria uma grande MERDA já que só quem tá lá sabe o que acontece, realmente. De verdade. Quer dizer, o próprio filme deixa bem claro o que acontece, mas então assista o filme e tire suas próprias conclusões. Ou SEQUESTRE seu próprio ônibus e sinta na própria pele se os os TIRAS da Guanabara estão preparados para conduzir a OCORRÊNCIA com HABILIDADE ou com AMADORISMO.

Antes de enveredar para essa última idéia, lembre-se que o GAROTINHO é o Secretário de Segurança do Estado.

Por fim, se eu começar a analisar o filme como um filme própriamente dito, com suas técnicas de fotografia, narrativa, desenvolvimento, roteiro, trilha sonora e tudo o mais que envolve a ARTE CINEMA, estarei MENTINDO ou ENROLANDO vocês. Ou os dois, o que é mais provável. Não entendo nada disso. OU quase nada. Para mim só existem dois tipos de filmes: Os que eu gosto e os que eu não gosto e ponto final.

Diante do exposto, deixarei de lado todo o DRAMA do documentário e recomendarei o BUSÃO por um motivo apenas: Esse neguinho com a cara ENCAPUZADA que COMANDA.

O filme é feito de imagens do episódio e de depoimentos de várias pessoas que conheceram o Criminoso/Vítima. Dentre eles tem esse neguinho. Os seus comentários são os melhores. Fazem o filme valer cada minuto:

- Pô, não sei se o Mancha entrou no ônibus seguindo alguém que saiu de um banco com um malote, mas se ele entrou lá para roubar o buzão, então já deu de VACIlÂO e MERECEU, porque nóis roba rico, só.

Ou ainda:

- Que que ele queria com um 38 na mão. Devia ter ido até o morro e COMPRADO uma GRANADA de mão que aqui é BEM BARATINHO. Daí descia pro Ashhhfalto e fazia o negócio profissional. Daí sim ia apavorar geral, quem é o louco que vai se meter com um neguinho com uma granda sem pino na mão?

E as melhores:

- Pena? Eu com pena de farrrrdado? Tu lembra daqueles moleque que jogaram ALCOOL numa velhinha e tacaram fogo? Tudo CRIA MINHA. Tu acha que eu tenho pena de alguém?

- Se o Mancha tivesse atirado e matado dois ou três polícia e ainda conseguisse sair vivo, ele ia chegar aqui no morro APLAUDIDO, eu mesmo ia aplaudir ele de pé.

Descrevi os comentários do jeito que eu lembro. Na verdade não são bem com essas palavras. É muito melhor. Destaque para o CARIOQUEISHHH do morro que, por escrito, é quase impossível de expressar, ao menos para mim.

Mas olha só. O filme é muito bom. Não só pelo ENCAPUZADO. Eu que não quis, como falei antes, entrar nos detalhes técnicos e sociológicos. Por isso me abstive de analisar o teor de denúncia e reflexão que o filme tenta (e CONSEGUE) passar.

De qualquer forma, só por esse camarada do capuz já vale a pena.

Dar de VACIlÂO é não assistir a película. Clica no título e vai.

sábado, abril 09, 2005

O GARGANTA

Todos conhecem um.

Estava com pressa. Compromissos familiares marcados para os próximos instantes me IMPEDIAM de perder o foco. Precisava de uma informação de vida ou morte. Mais vida do que morte, eu confesso. De qualquer forma tinha que ser naquele momento. Pois tu sabe como é, né?

Perca a hora para ir trabalhar, para encontrar um amigo, para ver a namorada. Mas com família não dá. Na pior das hipóteses tu vai ser mandado embora do trabalho, vai ficar uns dias sem falar com seu amigo ou vai acabar o namoro. Com PARENTE, tu vai ter que ouvir a GRALHAÇÃO por toda a ETERNIDADE ou até que ele esqueça. O que vier antes.

Entro na loja já de olho no relógio. Precisava de algo simples: um número de telefone, apenas. SETE DÍGITOS rabiscados num pedaço de papel. Ridiculamente simples, eu diria.

Encontro um conhecido no balcão. Penso com meus botões:

- Perfeito, isso vai facilitar as coisas.

Cumprimento o cara e lanço a questão. Explico a urgência e TRANSFIRO a responsabilidade. Aguardo.

Antes de atender meu pedido, ele, GARGANTA que só, precisava comentar do último FERIADO que passou na Guarda muito louco de sei lá o que. Também não poderia deixar de me contar (novamente) sobre o SUCESSO que sua ex-banda fez enquanto a integrava, mas depois que saiu as coisas só DESANDARAM.

- Nem cachê aqueles PUTOS recebem mais. Desabafou num certo momento.

Olho para o relógio outra vez. Beleza, não estou TÃO atrasado. Resolvo ser simpático e troco meia dúzia de amenidades. Volto à questão do telefone e de sua URGÊNCIA para o momento. Vê aí, meu.

Ele começa a mexer no balcão. Finalmente estava procurando o que eu precisava. Que bom. Pega um caderno. Na verdade era uma agenda de telefone. Me animo com a PERSPECITVA de conseguir o que queria.

Antes de abri-lá, confidencia que estava meio acabadão pois, na noite anterior, "METEU PRA CARALHO com uma mina que frequenta a loja". Era importante para o GARGANTA falar isso para mim. Era um prêmio. Afinal, de que adiantaria comer a mina se não tivesse alguém para contar?

Até entendo, mas, DEFINITIVAMENTE, aquele não era um momento OPORTUNO. Seus méritos sexuais POUCO IMPORTAVAM.

- Se deu bem heim, guri. Vamos marcar qualquer hora para tomar uma CEVA, daí tu me explica melhor. Mas e o telefone? Vê para mim aí.

Abre a agenda. Ganho terreno. Agora procura direitinho e deixa eu ir embora.

O telefone toca. O dele. Um amigo querendo saber como havia sido a noite anterior.

- Bombou?

- Bombei.

Eu não possuia ALTERNATIVAS. Só ele tinha aquele número. Consultei as horas novamente e comecei a calcular as possibilidades. No máximo, TRÊS minutos para sair da loja e ligar para o TELEFONE, mais uns DEZ ou DOZE para me dirigir ao local que me orientassem e uns QUINZE para cumprir a missão. É, acho que dá. Mas NÃO POSSO VACILAR.

Formulo esse itinerário enquanto o GARGANTA detalha sua experiência COPULATIVA com uma riqueza de gestos (sim, gestos) e detalhes impressionante, dando ênfase, SEMPRE, ao seu DOM ORGÁSMICO.

Ele faz um sinal para que eu espere. Esperarei. Mais dois minutos e meio. O tempo passa, ensaio uma saída a francesa, ele percebe e desliga o telefone.

- Que era pra ti mesmo? Ah o telefone, perae que eu já sei onde está.

Boa, assim que se fala, manda ver CAMPEÃO.

Volta a folhear a agenda, e suspira:

- Que GOSTOSA, meu. Tu precisava ver. Aqueles peitinhos, que coisa louca...

O tempo vai passando até que:

- Achei!

- Achou?

- Se eu falei que o VÉIO aqui ia conseguir, é porque ia. Anota aí.

Anoto rapidamente e me despeço enquanto o GARGANTA inicia outra NARRATIVA para me contar os louros da fama que vinha colhendo após ter sido nomeado o MELHOR vendedor da rede por quatro meses consecutivos. Um RECORDE, dizia ele.

- Fica pra outra hora, amigo!

Percebo que já estou atrasado, JÁ ERA para o compromisso familiar. Tô fudido. Pelo menos vou conseguir cumprir a missão principal, a do TELEFONE. Entro no carro e disco para o número indicado. Uma voz feminina atende:

- Este número de telefone mudou e não é fornecido a pedido do cliente.

Tu Tu Tu Tu

sexta-feira, abril 08, 2005

CZARNOBAI CELEBRIDADE

O cara é foda. Clica no título e vai.

quarta-feira, abril 06, 2005

O GRANDE ARQUIMANDRITA

Esse sujeito aí do título é um dos personagens principais de Pilatos, um livro do Cony que narra a DESGRAÇADA vida de um homem e seu pênis AMPUTADO, companheiros (quase)inseparáveis.

A história se passa durante a ditadura militar e, em certo ponto, o pseudo-eunuco vai preso e passa a conviver por um longo tempo com outros desgraçados. Dentre eles, o GRANDE ARQUIMANDRITA, que entre uma e outra CAGADA em uma LATA DE MARGARINA, ocupava o OCIOSO tempo da prisão proferindo longos e demagogos discursos e discutindo com Dos Passos, outro personagem, sobre as suas posições ideológicas e políticas. Tais discussões duravam horas, as vezes dias. Nunca se chegava a lugar algum.

Mesmo que se chegasse a um consenso sobre política externa, comunismo, anarquismo, divisão de poderes ou qualquer outro tema em pauta, qualquer conclusão REDUNDARIA em um NADA. Afinal todos estavam presos. Não sabiam onde e nem porquê. Ninguém os ouviria.

Desde que li este livro, SEMPRE que me vejo em uma situação de confronto de idéias políticas, ideológicas ou religiosas, INVOLUNTARIAMENTE imagino a figura do GRANDE ARQUIMANDRITA.

Não tem jeito, basta se iniciar o debate que ELE surge em minha mente. Só ELE.

Argumentos, contra-argumentos, teses, teorias, posicionamento, tudo fica em segundo plano, é o GRANDE AQUIMANDRITA que está lá, COMANDANDO a discussão. Aliás, é ELE que responde por mim (e pelo outro também). Tanto é verdade que, muitas vezes, me impressiono com as posições que adoto.

Eu não quero, quando vejo que a conversa vai descambar para esse lado, tento sair pela tangente antes que seja tarde. Geralmente é. Sempre é. Ao menor sinal de ELOQUÊNCIA, o GRANDE ARQUIMANDRITA aparece. Aí, meu amigo, te prepara.

E foi o que aconteceu ontem.

Eram nove e meia da noite, entrei na internet só para postar um texto. Diogo, o mineiro, ex-habitante de Curitiba, radicado no Rio de Janeiro aparece no messenger.

Tudo corria bem, até que um dos dois comenta um artigo publicado na Revista Exame sobre a reforma universitária e o PLANO DE COTAS para negros. Diogo me pergunta o que eu acho a respeito. Dou uma resposta rápida, tentando não despertar a FERA. Mas não adiantou.

Quatro horas mais tarde, ja EXAUSTOS, desistimos da discussão. Sem conclusões, não mudamos o mundo, não chegamos a lugar nenhum. Variações do mesmo tema sem sair do tom. NADA.

Mais uma vez o GRANDE ARQUIMANDRITA satisfez sua sede de RETÓRICA.

terça-feira, abril 05, 2005

O PAPA É POP...

E, pelo visto, dá IBOPE.

A Rede Globo já anunciou que vai cobrir as últimas homenagens ao Sumo Sacerdote, AO VIVO. Mas como fazer para manter os fiéis ligados na telinha para assistir um tedioso FUNERAL?

Isso já não é mais problema.

A seguir, uma sugestão NA VALA para elevar a AUDIÊNCIA da emissora às ALTURAS do Reino dos Céus. CREIO que o Willian Boner, enviado à Roma para cobrir o episódio, dará conta do recado tranquilamente:

TRANSMISSÃO DA VIA FÚNEBRE SAPUCAÍ STYLE:

Willian Bonner:
- Veja só, Fátima, essa Comissão de Frente formada por Cardeais de diversas nacionalidades está representando muito bem o espírito errante de nosso PAPA PEREGRINO.

Fátima Bernardes:
- Realmente, Bonner, os adereços da comissão estão bastante vibrantes e as cores bem vivas, transmitindo fé e alegria. Muito bom mesmo.

Willian Bonner:
- Meu Deus, a Ala dos Coroinhas perdeu a cadência e alguns integrantes tropeçaram no grupo da Velha Guarda Católica que vinha logo atrás. Acompanhem o replay pela câmera exclusiva da Globo.

Fátima Bernardes:
- Não sei não, Bonner. Os coroinhas estão PECANDO na evolução. O Concílio de Trento deve estar muito atento à esses detalhes e não vai PERDOAR esse tipo de deslize. É muito certo que a Unidos do Espírito Santo venha a sofrer alguma PENITÊNCIA.

Willian Bonner:
- Pode até ser, mas o Coral do Vaticano está muito afinado e pode compensar essa falha. Seus membros já se encontram no RECUO e estão contagiando os fiéis com sua empolgação. Quesito NOTA 10, com certeza.

Willian Bonner:
- Falando nisso, Fátima, o que você está achando do Enredo para esse Funeral? CANTOS GREGORIANOS têm tudo a ver com o momento?

Fátima Bernardes:
- Com certeza. Nada mais apropriado para a ocasião. Mas ainda acho que "A Benção João de Deus" levantaria mais o astral dos católicos que, até agora, se mostram bastante abatidos com a morte do Papa. Além do mais, nada melhor do que umá música cantada em português já que DEUS É BRASILEIRO!

Willian Bonner:
- E vejam só: Alguns seminaristas da Basílica de São Pedro começam a ensaiar uma OLA nas arquibancadas bem na hora em que o PAPAMÓVEL passa por eles, levando a multidão ao delírio. CONFESSO que nunca vi algo tão emocionante

Fátima Bernardes:
- Bonito mesmo, Bonner. Agora vamos dar um pulinho nos CAMAROTES da Santa Sé, onde nosso Repórter Especial, Padre Marcelo Rossi nos traz mais informações do local.

Willian Bonner:
- Padre Marcelo, é com você.

(....)

Haaaaaja coração.

DÚVIDAS QUE (NÃO) ME ATORMENTAM

- O Papa morreu, aquela mulher em estado vegetativo morreu, o Big Brother acabou. O que será dos jornais, revistas e TV na semana que vem? Vão publicar RECEITAS CULINÁRIAS?

NOVOS ARES

Era isso.

domingo, abril 03, 2005

PARADOXOS (OU NADA PARA FAZER NUM DOMINGO DE CHUVA)

Domingo de chuva, ÓCIO. Na CULTURA, Bem Brasil, com Gustavo Black Alien e seu primeiro trabalho solo, BABYLON BY GUS. Paralelamente, na MTV, D2 com seu ACÚSTICO MTV. Dois ex-integrantes do Planet Hemp, dois caminhos bem diferentes.

Estou prestes a completar 26 anos e quando o PH começou a aparecer no cenário musical brasileiro tinha uns 15, 16 anos. Lembro bem, os caras vieram para chocar, nem tanto pela qualidade do trabalho, muito mais pelo fato de ser a primeira banda a declarar abertamente em suas músicas que "fumam maconha, SIM, mas calma meus camaradas, eles um dia vão ver que a lei estava errada".

Depois deles, FICOU FÁCIL. Até o PENSADOR quis saber porque só o seu cachimbo é proíbido e tem gente aí que, na falta de algo melhor, fuma folha de bananeira, fuma na boa só de brincadeira.

Ser adolecente é querer ser CONTESTADOR. Geralmente por causas totalmente descabidas, muitas vezes sem causa alguma. O importante é ser REBELDE, questionar o sistema. Nesse sentido, o PH virou referência, indepedentemente do cara fumar ou não. Eles detonavam a ordem das coisas e era isso o que importava naquela idade. Por isso tinham conceito entre a molecada.

Depois disso, começaram a se preocupar um pouco mais com a qualidade do seu trabalho, o que os forçou a ACABAR com a banda. Os adolescentes que ouviam suas músicas há uma década, cresceram. A rebeldia, gradativamente, deu lugar às responsabilidades da vida adulta e com isso o gosto musical da rapaziada ficou mais exigente.

Hoje, provavelmente eles continuam queimando tudo como Chech & Chong. Mas só isso não basta. Com o barulho que o PH fez nos anos 90, D2 virou ídolo de uma geração, com trânsito livre nas rádios. Isso fez com que suas músicas se popularizassem.

A popularização, fez com que a Globo crescesse os olhos. Daí para as trilhas sonoras de novelas e Big Brothers da vida foi um pequeno passo. Na procura da batida perfeita, acabou encontrando outra coisa: A ATENÇÃO DA MÍDIA. Seus ouvintes mudaram. Já não é mais aquela MOLECADA rebelada que cresceu. Agora é o pessoal da modinha, os que seguem tendências, assistem ao BBB, se preocupam com o paredão da próxima semana. Curtem a Festa do Apê.

PERDEU CREDIBILIDADE. Quem acredita num cara que vai no FAUSTÃO pregar que é o PESADELO DO POP? No mínimo INCOERENTE.

Na outra via, vem Gustavo Black Alien, sem o mesmo apoio das gravadoras. Trabalhou e lançou o seu CD. Babylon by Gus. Tu pode gostar ou não do gênero, mas a letra, o disurso não segue tendências. AUTÊNTICO. Permanece fiel às origens. O cara continua testando novos sons, misturando batidas. Clica aqui e vai.

Mesma origem, dois destinos. POPULARIDADE versus AUTENTICIDADE.

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