domingo, abril 03, 2005

PARADOXOS (OU NADA PARA FAZER NUM DOMINGO DE CHUVA)

Domingo de chuva, ÓCIO. Na CULTURA, Bem Brasil, com Gustavo Black Alien e seu primeiro trabalho solo, BABYLON BY GUS. Paralelamente, na MTV, D2 com seu ACÚSTICO MTV. Dois ex-integrantes do Planet Hemp, dois caminhos bem diferentes.

Estou prestes a completar 26 anos e quando o PH começou a aparecer no cenário musical brasileiro tinha uns 15, 16 anos. Lembro bem, os caras vieram para chocar, nem tanto pela qualidade do trabalho, muito mais pelo fato de ser a primeira banda a declarar abertamente em suas músicas que "fumam maconha, SIM, mas calma meus camaradas, eles um dia vão ver que a lei estava errada".

Depois deles, FICOU FÁCIL. Até o PENSADOR quis saber porque só o seu cachimbo é proíbido e tem gente aí que, na falta de algo melhor, fuma folha de bananeira, fuma na boa só de brincadeira.

Ser adolecente é querer ser CONTESTADOR. Geralmente por causas totalmente descabidas, muitas vezes sem causa alguma. O importante é ser REBELDE, questionar o sistema. Nesse sentido, o PH virou referência, indepedentemente do cara fumar ou não. Eles detonavam a ordem das coisas e era isso o que importava naquela idade. Por isso tinham conceito entre a molecada.

Depois disso, começaram a se preocupar um pouco mais com a qualidade do seu trabalho, o que os forçou a ACABAR com a banda. Os adolescentes que ouviam suas músicas há uma década, cresceram. A rebeldia, gradativamente, deu lugar às responsabilidades da vida adulta e com isso o gosto musical da rapaziada ficou mais exigente.

Hoje, provavelmente eles continuam queimando tudo como Chech & Chong. Mas só isso não basta. Com o barulho que o PH fez nos anos 90, D2 virou ídolo de uma geração, com trânsito livre nas rádios. Isso fez com que suas músicas se popularizassem.

A popularização, fez com que a Globo crescesse os olhos. Daí para as trilhas sonoras de novelas e Big Brothers da vida foi um pequeno passo. Na procura da batida perfeita, acabou encontrando outra coisa: A ATENÇÃO DA MÍDIA. Seus ouvintes mudaram. Já não é mais aquela MOLECADA rebelada que cresceu. Agora é o pessoal da modinha, os que seguem tendências, assistem ao BBB, se preocupam com o paredão da próxima semana. Curtem a Festa do Apê.

PERDEU CREDIBILIDADE. Quem acredita num cara que vai no FAUSTÃO pregar que é o PESADELO DO POP? No mínimo INCOERENTE.

Na outra via, vem Gustavo Black Alien, sem o mesmo apoio das gravadoras. Trabalhou e lançou o seu CD. Babylon by Gus. Tu pode gostar ou não do gênero, mas a letra, o disurso não segue tendências. AUTÊNTICO. Permanece fiel às origens. O cara continua testando novos sons, misturando batidas. Clica aqui e vai.

Mesma origem, dois destinos. POPULARIDADE versus AUTENTICIDADE.

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