terça-feira, julho 05, 2005

É A CHOQUE

Ele fazia o som. Humilde e malandro. Se deu mal na finaleira. Um cara de moto passou e POW POW POW. Tava chovendo. Ninguém sabe de nada. Sabotaram o Negão. O bairro ficou tumultuado. Que miséria. Virou manchete no jornal das sete. Ele falava que não era o que queria, mas persistia. Ele era o terror. Não deixava falha. Alegou, em certa altura, que era em memória daqueles que já foram.

- Não posso deixar pela metade.

Um compromisso.

Ele tinha esperança. Era ligeiro, não tinha medo do inferno. Ele conhecia aquilo muito bem. Era a alternativa, isso ou se humilhar com o zé povinho. A semana passava e tudo recomeçava. O Cartel de Medelin ali na esquina. O Ponto que mais fatura.

Tava chovendo naquele dia e ninguém viu nada. Agora ele também faz parte do passado, é um daqueles que já se foram.

Comments: Postar um comentário

<< Home

This page is powered by Blogger. Isn't yours?

Weblog Commenting and Trackback by HaloScan.com